mofo

mofo is having a massage [ mofo is getting a massage and will return soon ]


OF (6/7) Luís Afonso

Luís Afonso

Exposição
03 a 30.01 OFR
Da distinta visão certeira, mordaz, actual, que diariamente transforma o noticiário em tira de humor, esta exposição apresenta os cartoons que têm presença regular na imprensa portuguesa, em títulos como o “Público”, “A Bola” ou “Grande Reportagem”. Por isso, é uma apresentação bem sugestiva do trabalho de Luís Afonso, que inicia neste mês em Oliveira de Frades o seu percurso por vários concelhos do projecto Comum – rede cultural.

Cineclube de Viseu

index_oriente

04_01_2005
Zatoichi de Takeshi Kitano, Zatôichi, Japão, 2003, 116’.

[...] O esquerdismo recuou em boa ordem para a cultura. Aí mantém com o mundo exterior a mesma relação conflitual, de negação e fascínio, que incorporava na política. As piores ideias dos anos 60 envelhecem entre os destroços: as negações enganam-se no alvo, os fascínios são os de ordem política, do terrorismo e da morte. Os frankfurtianos ajudaram a dar este salto, que Marcuse teorizou no seu livro sobre a "dimensão estética".
O poder é o poder e o poder, como dizem todos os dias os nossos jornalistas, é mau. Os anjos (o povo) elegem os demónios (os políticos, os governantes). A democracia é a banalização, o consumo a "nova forma de terror", a liberdade é " um mito que os ricos alimentam para melhor explorar os pobres". Os mesmos jornalistas dão-nos a receita: só a cultura e a arte nos autonomizam desse mundo normalizado e aí podemos viver em paz com a nossa consciência de gente de esquerda cheia de indignações contra os males do mundo. [...]

Um ano de Passagem

A PédeXumbo e a Sociedade Harmonia Eborense organizam uma passagem de ano com bailes, oficinas de dança e muita música. Um programa a descobrir, em Évora.

Happy Noël

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15 12 04 posts

Os temas tratados nos textos do blog andam em torno do Mofo. A vila, o Portugal dos pequenitos e o Planeta Clix gravitam como planetas de inox. A arquitectura, a ilustração e a literatura literalmente lateral formaram uma via de puro deleite (lactea) para os Mofo quando descobriram quem é a Avó que faz o "Pão da Avó".

D’ aprés Vanhat ja uudet kirkkomme (6/7)

E agora? As profissões especializaram-se e o ritmo frenético da vida actual exige que cada um arranje o seu próprio trabalho. Assim, para se edificar uma igreja procura-se um arquitecto qualquer. A questão primordial está no preço que pode resultar da sua construção, pese embora, não haver significativas diferenças nas ofertas. Mas, não existem hoje arquitectos que possam criar algo de bom? Não amam eles o seu trabalho e tentam moldar com as suas mãos uma autêntica "arte de construir"?
Igreja Nova

As perguntas que abalam a consciência. (3/7)

Leiam, leiam, leiam este livro estranho, memória autobiográfica da adolescência, escrita a vinte anos de distância – muito pouco. Um retrato de uma família portuguesa pouco portuguesa, que deixou construir à sua volta uma teia cultural vivida nas suas formas mais “pesadas”: a ópera, a música, as línguas, o comunitarismo panteísta de Lanza del Vasto. Este texto é uma surpresa: não sabia que alguém vivia assim entre nós.
O relato de Frederico Lourenço é umas vezes franco, outras vezes bizarro, pela densidade cultural que parece sempre excessiva. Pode-se viver assim? Pode-se viver sempre dentro do texto dos outros? Pode-se viver sempre dentro dos gestos do bailado, das palavras dos lied, do universo total e absoluto de Wagner? Pode-se viver, amar, face a presenças tão intensas e tão inequívocas como as da grande arte? Pode-se viver no meio da beleza transmitida pelas obras de arte sem que estas preencham todo o espaço do sentimento? O que é que sobra? Pode-se ser feliz num universo tão povoado de sentido? Duvido, mas também este livro não é sobre a felicidade, mas sim sobre o deslumbramento.

José Pacheco Pereira in abrupto.blogspot.com

D’ aprés Vanhat ja uudet kirkkomme (5/7)

[...] Quanto mais social é a arte, mais espirito colectivo adquire. O objectivo de criar o melhor possível só pode realizar-se e prosperar sob estas condições. O público, e o cliente sobretudo, devem ser os principais defensores da arte. Há aqui uma razão clara do porquê da beleza dos edifícios antigos. Construir uma igreja era antigamente um grande acontecimento para a comunidade e exigia grandes esforços económicos da parte de todos. As habilidades artesanais não eram atributos de uns poucos como hoje em dia, todos os vizinhos possuiam um "pequeno vício" de artesão ou construtor. Por outras palavras todos sabiam algo desta profissão. Normalmente elegia-se para dirigir a obra, o homem mais hábil e adequado e, no final, o resultado era uma obra de arte. [...]

"O que é que andamos a fazer com tanto ministro da Cultura, secretário de Estado, instituto, tanto funcionário, curador e encenador, programador e administrador, tanto animador cultural, tanta "formação de públicos", tanta "criatividade" apregoada, tanta "tralha cultural", tanta inauguração e tão grande desinteresse, tão profundo vazio, nem um olhar cúmplice a acompanhar-nos, ninguém.
Para quê, para quem, onde vivemos?
Que elites são estas que se contam pelos dedos de uma só mão e se satisfazem com os croquetes da estreia? Não há mais gente? Mais ninguém? "

Jorge Silva Melo in Mil Folhas 18.12.04

OF (5/7) Jovem com deficiência é autora de livro infantil.

Utente da ASSOL
A Mónica, que nasceu em Vouzela, mas mora na Sernadinha, em Oliveira de Frades, apresentou recentemente o seu livro às crianças de um jardim-de-infância, refere o director técnico da ASSOL, Mário Pereira. O projecto elaborado insere-se na filosofia de trabalho da associação: as realizações dos utentes partem daquilo que desejavam ser e não podem ser na plenitude. A Mónica não pode ser educadora-de-infância, mas pode escrever para crianças.
E o coelhinho? O Tintin, bom coração, "lembrou-se de apanhar algumas flores para levar ao Ricardo que estava doente, pois pensava que as flores o iam alegrar". Assim como a Mónica se alegraria se recebesse a "prenda" de que está à espera. Uma cadeira de rodas eléctrica, que "está requisitada" aos serviços de Segurança Social, revela Maria. A mãe de Mónica, Maria, vive em função da filha. "Fiz a minha maneira de viver à maneira da dela".
Então e o coelhinho? Tintin perdeu-se e não fosse a ajuda de Mário, um rapaz de 10 anos, talvez não mais voltasse a casa. Voltou e "à espera dele estava a mãe". "A mãe agradeceu ao Mário e deu-lhe uma cenoura. O Mário ficou contente porque gostava de cenouras. Deram muitos beijinhos, ficaram todos contentes e felizes na casinha em forma de cogumelo da Serra do Gerês". Fim

Duarte said ... "o que é isso meus senhores"

Segundo o autor do comentário "O sindicalismo não é um tabu, coisa passadista de operários sujos, vermelhos , feios, porcos e maus... É uma necessidade de quem trabalha. E nós, arquitectos, trabalhamos que nos fartamos, e não somos nada reconhecidos, nem pagos."
Mas até que ponto, não será verdade que o sindicalismo é uma “coisa” já ultrapassada e muito mal vista e inconsequente.
Não será melhor criar uma entidade sem fins lucrativos, que lute pelos direitos dos arquitectos e por uma melhor arquitectura, isto é, que não deixe criar novos edifícios, com uma imagem muito moderna e bela, mas ... visto isto falta todo o tipo de infra-estruturas básicas, como, só para exemplo:
- Acessibilidades para os deficientes motores.
- Mais locais de lazer, jardins, espaços educativos, etc..
- Casas com mais espaços, mais área (quartos com 12 m2, o que é isso meus senhores), bem como, mais confortáveis ao nível de insonorização e com um meio ambiente controlado.
Enfim, os exemplos não acabam, por favor criem uma nova arquitectura, mais humana e menos materialista.

[ Portugal (4/7) ... tenham vergonha, tenham muita vergonha. Terça-feira, Dezembro 14 ]

Mofomag Online Competition (MOC)

O concurso (MOC) é muito simples, trata-se de adivinhar quem são as personalidades ilustradas nos posts " David Levine caricature from The New York Review of Books (1-7/7)", inserindo a resposta no comments das ditas ilustrações.

Os 3 primeiros classificados (descodificados) ao acertarem na "mouche" têm como prémio:
1. uma assinatura anual do Mofo Magazine Outsider
2. um livro da Biblioteca de Sintra
3. um jantar em casa de MP e NV

Portugal (4/7) ... tenham vergonha, tenham muita vergonha.

DEIXEM-ME VOTAR, POR FAVOR!
Pedro Marques de Figueiredo, Arquitecto. 30.NOV.2004

1. Venho por este meio expressar à Comissão Eleitoral da Ordem dos Arquitectos o meu desagrado face ao facto de ter sido impedido de votar (por ter as quotas em atraso, tal é o caso.
2. Considero o meu exercício ao direito de voto, um direito adquirido enquanto cidadão. No caso particular destas eleições internas, creio ser um direito que me é devido apenas (e tão só) pelo facto de pertencer à Ordem. E de meu pleno direito, pois que efectivamente pertenço de facto.
Até agora tive direito a cartão, nº, certidões, jornal J-A, etc. E sempre fiz questão de pagar as quotas, o que fiz com regularidade sempre que pude.
3. Simplesmente, ao mês de Novembro não pude, por razões obviamente económicas saldar os cerca de 180 euros anuais (36 contos) que efectivamente devo à Ordem.
Creio que cabe à Ordem perceber com isto, com alguma sensibilidade; mesmo que os estatutos digam o contrário, ou mesmo que haja alguma qualquer importante razão de carácter burocrático estatutária que diga o contrário. Tudo isso será irrelevante, ainda que esteja escrito.
4. O que me parece importante é a Ordem abrir os olhos às questões internas dos seus associados; às questões económicas e às questões sindicais que preocupam uma grande parte dos arquitectos. As mesmas questões que levam a que actualmente me seja difícil dar 36 contos anuais à Ordem dos arquitectos.
Conheço muitos Arquitectos a ganhar 5 euros à hora e a recibos verdes e que, entre muitas mais despesas obrigatórias, têem 98 euros de segurança social cada mês para pagar (o que é praticamente dinheiro deitado fora, visto nem sequer saberem se terão direito a reforma quando o sistema rebentar. Mas pronto).
O pagamento à Ordem é obviamente justo, mas não pode ser transformado no cerne das nossas preocupações económicas, era só o que faltava.
Conheço arquitectos, com 5 e mais anos de trabalho, agora despedidos (falsos recibos verdes) não têm trabalho e não têm direito a subsídio de desemprego. Todos jovens.
Conheço a dificuldade em se cobrar honorários justos por um projecto.
5. A Ordem, actualmente, fecha os olhos (quadradamente) à situação económica de muitos e parece (obsessivamente) interessadíssima em cobrar tudo e mais alguma coisa: certidões, quotas, fóruns, cursos, etc.
6. Se eu, na República Portuguesa estiver desempregado, ou sem dinheiro para pagar os meus impostos continuo a manter o meu direito de voto em legislativas, autárquicas, etc. 7. Não há razão nenhuma para que na Ordem seja diferente.
Quero que a Ordem dos Arquitectos deixe de fazer chantagem económica com os seus membros, já que ainda por cima a pertença à Ordem é obrigatória. 8. Não me podem obrigar a ter dinheiro, portanto.
9. A Ordem há muito que se deveria preocupar com a grave situação dos Arquitectos em geral e dos Arquitectos jovens em particular.
Cada vez mais jovens, cada vez menos trabalho, emprego muito pouco, generalização dos recibos verdes, vencimentos baixos, e por aí fora.
E também não é “liquido” nem garantido que o anunciado (mas escandalosamente, ainda não efectivado) fim do 73/ 73 venha a ser a solução milagrosa para o aliviar destes problemas de trabalho.
Enquanto a Ordem não ultrapassar esta infantil mentalidade “burguesa” e “pseudo- unitária” que insiste na dissolução aparente das diferenças entre arquitectos, na manutenção “institucionalíssima” de sérias aparências (em bicos de pés, para fingir conseguir ombrear como recém–chegada, com as outras ordens instituídas), em ser uma espécie de flor de lapela na camisa de políticos (que depois dão o dito pelo não dito, facada nas costas no fim do 73/ 73, de sorriso amarelo que “sim senhor, concordam com tudo, mas…e tal…”) …
Enquanto andarmos a fingir fóruns e discussões e fizermos sindicalismo a menos e “cultura” a mais; andaremos sempre a ser espezinhados por engenheiros “técnicos”, empreiteiros, falta crónica de pagamentos, e, pior: por nós próprios, mesmo…
Às vezes o inimigo até é –imagine-se - a “exploração do Arquitecto pelo Arquitecto”…
Mas isto, percebe-se, é incómodo, e o “25 de Abril” é uma flor fossilizada pela geração dos nossos pais, agora instalados, arquitectos ou não, de “esquerda” ou não.
Não privem os que nasceram em 75 da revolução.
Isto também é uma questão geracional.
E eu acho que faz todo o sentido haver um sindicato de Arquitectos.
O sindicalismo não é um tabu, coisa passadista de operários sujos, vermelhos , feios, porcos e maus...
É uma necessidade de quem trabalha. E nós, arquitectos, trabalhamos que nos fartamos, e não somos nada reconhecidos, nem pagos.
10. Agora, Ordem: deixem-me votar e façam o vosso papel.

in http://www.oasrn.org/obs_termometro.php?numaut=88

As perguntas que abalam a consciência. (1/7)

"O mundo é feito de mil palavras e de mil imagens. Das mil imagens muitas se perdem todos os dias, em particular as mais humildes, os cartazes, os panfletos, as capas dos discos, os reclames, os folhetos, as gravuras das caixas de fósforos, os prospectos turísticos, as ilustrações das publicações baratas, da pulp fiction, desenhos, gravuras, litografias, aguarelas, feitas por trabalhadores anónimos.
Esta colecção “Ícones” da Taschen, como aliás outras da mesma editora, recolhe e divulga de forma barata algumas dessas imagens, sonhos e medos, diabos e aviões, mariachis e santos, deuses indianos e pedagogia do socialismo da defunta RDA, tentações de Las Vegas e imaginações da ficção cientifica, cortes de cabelo em Bombaim e bares na cidade do pecado, ícones do nosso perdido tempo. É o mundo do kitsch, mas quem é que cresce no meio dos Uffizi ou da Tate?"

José Pacheco Pereira in veritas filia temporis

D’ aprés Vanhat ja uudet kirkkomme (4/7)

[...] Ficarmos somente pela valorização das igrejas antigas parece-me desconsolador. Alguém disse um dia que antigamente existia uma força misteriosa que impunha a aparição do "sublime" na arquitectura, hoje, pelo contrário, o público parece receber contra a sua vontade uma grande obra de arte, como um presente não desejado. Aceito de bom grado corroborar o acerto destas informações no que diz respeito ás circunstâncias actuais, mas, há que encontrar uma explicação satisfatória para a primeira parte.
Quando um artista dá o melhor de si mesmo, é já uma garantia de um trabalho bem feito. Para que o artista seja capaz de se superar, a História ensina-nos que é necessária a compreensão e o reconhecimento do seu esforço; em suma, um ambiente favorável à Arte. [...]

OF (4/7). Cantores de intervenção. Por onde andam eles? *

Estavam onde era preciso, sempre que era preciso. Uma viola, um microfone e um estrado a fazer de palco era quanto bastava para que houvesse espectáculo. A poesia estava na rua e as vozes dos cantores davam-lhe forma de modo claro e preciso, que o tempo não era para meias palavras. O panorama artístico que se viveu em Portugal nos anos que se seguiram ao 25 de Abril ficou assim indelevelmente marcado pelos chamados «cantores de intervenção», para quem a arte era sobretudo um veículo de divulgação dos ideais políticos mais marcantes da época.
[...]
O «espírito do GAC». Ao desembarcar em Lisboa, José Mário Branco respondia a uma pergunta do repórter da RTP António Santos afirmando não saber ainda o que iria fazer de seguida. «Vai ser preciso falar com os camaradas», dizia. Poucos dias depois, no Coliseu do Porto, o mesmo José Mário Branco lia o comunicado do «colectivo de acção cultural» onde, ao longo de vários considerandos, os cantores definiam aquilo que propunham ser as linhas mestras da sua actividade daí em diante.
O «colectivo» dura apenas alguns dias: o CAC acaba por se desfazer em resultado das divergências ideológicas dos seus protagonistas e das suas cinzas nasce o GAC (Grupo de Acção Cultural), mas neste já não estão os cantores alinhados com o PCP (Adriano, Cília, Letria, entre outros), nem tão pouco os independentes, como José Afonso, Sérgio Godinho ou Vitorino. Fausto ainda colabora com o grupo (nomeadamente compondo «O Poder Às Classes Trabalhadoras», que na edição em disco se transforma em «O Poder Aos Operários e Camponeses», para corrigir o «desvio trotskista»), mas por pouco tempo. Nada disto impede, porém, que o GAC venha a tornar-se um dos mais emblemáticos símbolos musicais do PREC.
José Mário Branco emerge como o líder natural do GAC, ao lado de Luís Pedro Faro, Fernando Laranjeira ou Afonso Dias - que em Dezembro de 1975 irá substituir o deputado da UDP Américo Duarte na Assembleia Constituinte. Ao núcleo inicial juntam-se, pouco tempo depois, vários elementos do coro da Juventude Musical Portuguesa e, em poucos meses, o GAC já era um dos casos mais sérios da música portuguesa de então.[...]

* Reportagem de Viriato Teles para o Expresso em 1997

Um emaranhado helenístico de citações (3/7)

JPP in FRAGMENTOS DE UMA CARTA SOBRE A CULTURA, Risco 2, Lisboa, 1985.
[...]
Os nossos consumidores de cultura são preguiçosos e, com o efeito devastador dessa preguiça, vai-se ver que daqui a uns anos todas as artes portuguesas estão sovietizadas - não há criação, só executores: muito teatro, bailado, pianistas e ginastas. Esta sovietização das artes - a substituição da criação pela execução - é o destino de quem nada tem a dizer ou de quem aceita o que as ditaduras do gosto lhe impõe. A pintura e a escultura vivem há 30 anos de imaginação visual, a literatura de imaginação verbal e psicológica, o teatro não sei, porque lhe perdi o interesse há muitos anos. O cinema, que é uma arte jovem, ainda subsiste, e conseguiu sobreviver ao mal francês, mas transformou-se no simbolo do consumo preguiçoso de cultura. Sobram as artes pequenas e frágeis, menos propícias à socialização: a poesia por exemplo.

Mas está quase tudo esgotado e ninguém dá por ela. [...]

Anonymous said...

Eu gosto é da seguinte frase: " A Bezerreira tem tudo para se tornar a Monsanto da Beira" dixit Dr. Carlos Rodrigues. Mas afinal onde é que fica Monsanto? Será em Trás-os-Montes? Depois não digas que ninguém escreve comentários! O botequim está a andar...
[ Dois milhões de euros. Segunda-feira, Dezembro 6 ]

Portugal (3/7)

Inauguração. Sexta 10 pm
A exposição que representou Portugal na 9ª edição da Bienal de Arquitectura de Veneza, que decorreu entre Setembro e Novembro deste ano na cidade italiana, está agora patente, até ao fim de Janeiro 2005, na Cordoaria Nacional, em Lisboa. "Metaflux" dá a conhecer duas gerações recentes de arquitectos portugueses.
metafluxo
Fonte: Levina

El Club De las Mujeres (1/7)

Wivi Lönn (1872-1966) was the first Finnish woman to start an architectural agency. She gained the qualifications of architect in the 1890s during an era when women were only allowed entry into construction education programmes by dispensation. Lönn was a productive and innovative architect, but public interest in her career and designs was mostly overshadowed by the contemporary male master designers. During the past few decades, however, Wivi Lönn has been increasingly appreciated as a significant Finnish architect and pioneer, who paved the road for the rise of women in the architectural profession. The Finnish association of female architects, Architecta, was established in honour of her achievements in 1942, and she was granted professorship in 1959.
siracusa

D’ aprés Vanhat ja uudet kirkkomme (3/7)

Perante estes factos vêm-me à memória as palavras do velho catedrático Gustaf Nyström: " O passado sorri dos bárbaros dos nossos dias". Da mesma forma a velha igreja de madeira se ri do estridente gigante, levantado para dar conta do gosto e da banalidade sensorial de que hoje padecemos. Será que a elegância das proporções e a formosura das formas são propriedades exclusivas de "objectos arcaicos"?
Chegar a esta conclusão resulta francamente tentador, se estudarmos e compararmos alternadamente as nossas igrejas do passado com as do presente, sendo que, entre as antigas é difícil encontrar alguma má ou feia. Em contrapartida, salvo meia dúzia de excepções, poucas das nossas igrejas despertam a quem as visita sentimentos de devoção ou de comoção perante a beleza das suas proporções.

Dois milhões de euros

bezerreira

"A Bezerreira tem tudo para se transformar numa segunda Monsanto, com turismo de qualidade e bolso cheio. Vamos recuperar todos os sinais que a identificam como aglomerado de matriz rural", promete Carlos Rodrigues, presidente da Câmara de Oliveira de Frades.
A recuperação da aldeia implica investimentos, públicos e privados, na ordem dos dois milhões de euros.
[JN 13.06.04]

A preservação de Monsanto visa recuperar para a povoação a dimensão original que teve até há algumas dezenas de anos e cujas particuIaridades são suficientemente atractivas para a dinamização turística e cultural.
Monsanto representa, para a cultura rural portuguesa e para o património nacional, um Iugar a merecer cuidados especiais quanto à salvaguarda das suas raízes e das suas realidades.
[http://www.cm-idanhanova.pt/turismo/monsanto.html]

A Imagem Parabólica da Espiral ... (7/7)

Na pintura, na literatura, no cinema e na vida real, a Pensão é um lugar altamente simbólico de um pequeno mundo, pleno e à parte, no qual nos podemos esconder das realidades mais adversas . A contradição e os excessos de lirismo e de imaginação subsistentes ao neo-romantismo têm, em Hundertwasser, a sua concretização em matéria de sociologia do habitat. O “Manifesto do Bolor contra o Racionalismo na Arquitectura”, datado de 1958, recusa o racionalismo da linha recta e da arquitectura funcional, afirmando a liberdade geral de construir. O texto introduz o bolor aumentado, sujeito à sua lei orgânica de expansão, que deve fazer fermentar as estruturas e rebentar a linha recta das casas. Cada habitante deve cultivar o seu próprio bolor doméstico. A metáfora do bolor torna-se, assim, a imagem parabólica da espiral expansiva do indivíduo.
Foi aqui que residiu, durante a esperança média de vida de um português a linha do vale do Vouga, agora, na sobremodernidade, parte do interesse turístico fugiu por outras avenidas e com ele a recuperação destes modelos de conforto. [FIM]

Um emaranhado helenístico de citações (2/7)

Eles não querem que a cultura seja de todos, eles querem que tudo seja cultura, para usufruírem do privilégio de viver num mundo denso de significado, eles que não têm nenhum dentro de si. A cultura tornou-se num complemento da conversa de bar. Tudo isto acompanha uma total falta de dimensão e distância: qualquer efémero filme francês levanta uma torrente de citações de Orfeu, de Mozart, de Rilke. Tudo merece ser interpretado como se fizesse parte da mesma família: Bach e Jorge Lima Barreto, numa mesma frase, numa mesma cabeça - eis o que é a vida cultural de hoje. Já não há respeito.
Leia-se o Expresso e o JL: não há discurso sem a citação e a citação e a referência são a alma do discurso. É evidente que assim nunca se pode tomar a sério a relação entre o que se diz e o objecto de que se diz, porque de uma coisa a outra vai uma total diferença de importância e de valor.
Na realidade, o que se escreve é sobre as citações, é mais sobre a cultura do seu autor, o que ele quer mostrar ou sugerir, do que sobre aquilo que ele fala ...

D’ aprés Vanhat ja uudet kirkkomme (2/7)

A igreja velha é de madeira por dentro e branca por fora, de um branco envelhecido com a passagem do tempo, que se encarregou de a cobrir com uma charmosa patine. A torre tem proporções nobres, toda a igreja se resume num equilibrio de formas que reflecte o estilo de países longinquos e cultos. Em suma, é uma igreja acolhedora.
Lemos a sua história na sua nobre silhueta como se fosse um livro aberto: não vemos nenhuma marca standardizada nos seus detalhes. Toda a madeira talhada fala-nos de um trabalho feito com amor. Cada forma testemunha que o seu criador tentou dar o melhor de si mesmo.

O novo templo é de tijolo e tem uma torre elevada. O conjunto edificado rompe com a paisagem. A igreja não fala, grita como um homem que não quer ouvir a voz dos demais. Em lado nenhum percebemos o carinho do mestre perante a sua obra. Não há sinais de respeito visual perante a paisagem circundante. É, definitivamente, má Arquitectura. [continua]

TemploAntigo


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