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OF (4/7). Cantores de intervenção. Por onde andam eles? *

Estavam onde era preciso, sempre que era preciso. Uma viola, um microfone e um estrado a fazer de palco era quanto bastava para que houvesse espectáculo. A poesia estava na rua e as vozes dos cantores davam-lhe forma de modo claro e preciso, que o tempo não era para meias palavras. O panorama artístico que se viveu em Portugal nos anos que se seguiram ao 25 de Abril ficou assim indelevelmente marcado pelos chamados «cantores de intervenção», para quem a arte era sobretudo um veículo de divulgação dos ideais políticos mais marcantes da época.
[...]
O «espírito do GAC». Ao desembarcar em Lisboa, José Mário Branco respondia a uma pergunta do repórter da RTP António Santos afirmando não saber ainda o que iria fazer de seguida. «Vai ser preciso falar com os camaradas», dizia. Poucos dias depois, no Coliseu do Porto, o mesmo José Mário Branco lia o comunicado do «colectivo de acção cultural» onde, ao longo de vários considerandos, os cantores definiam aquilo que propunham ser as linhas mestras da sua actividade daí em diante.
O «colectivo» dura apenas alguns dias: o CAC acaba por se desfazer em resultado das divergências ideológicas dos seus protagonistas e das suas cinzas nasce o GAC (Grupo de Acção Cultural), mas neste já não estão os cantores alinhados com o PCP (Adriano, Cília, Letria, entre outros), nem tão pouco os independentes, como José Afonso, Sérgio Godinho ou Vitorino. Fausto ainda colabora com o grupo (nomeadamente compondo «O Poder Às Classes Trabalhadoras», que na edição em disco se transforma em «O Poder Aos Operários e Camponeses», para corrigir o «desvio trotskista»), mas por pouco tempo. Nada disto impede, porém, que o GAC venha a tornar-se um dos mais emblemáticos símbolos musicais do PREC.
José Mário Branco emerge como o líder natural do GAC, ao lado de Luís Pedro Faro, Fernando Laranjeira ou Afonso Dias - que em Dezembro de 1975 irá substituir o deputado da UDP Américo Duarte na Assembleia Constituinte. Ao núcleo inicial juntam-se, pouco tempo depois, vários elementos do coro da Juventude Musical Portuguesa e, em poucos meses, o GAC já era um dos casos mais sérios da música portuguesa de então.[...]

* Reportagem de Viriato Teles para o Expresso em 1997

1 Responses to “OF (4/7). Cantores de intervenção. Por onde andam eles? *”

  1. # Anonymous Anónimo

    parabens pelo blog...
    Na musica country VIRGINIA DE MAURO a LULLY de BETO CARRERO vem fazendo o maior sucesso com seu CD MUNDO ENCANTADO em homenagem ao Parque Temático em PENHA/SC. Asssistam no YOUTUBE sessão TRAPINHASTUBE, musicas como: CAVALEIRO DA VITÓRIA, MEU PADRINHO BETO CARRERO, ENTRE OUTRAS...
    é o sonho eterno de BETO CARRERO e a mão de DEUS.  

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