Mega grande, lithos pedra. Este conjunto de manifestações humanas que, entre 4500 a. C. e 2500 a. C., abrange todo o território nacional, caracteriza-se pelo uso de grandes blocos de pedra na edificação de estruturas / monumentos funerários, englobando os tholoi, as grutas artificiais, as antas e os menires. O mais abundante é o dolmen ou anta. Construído através da elevação de grandes pedras - os esteios -, é geralmente composto por uma câmara poligonal coberta por uma pedra maior, a tampa, e por um corredor mais baixo que a câmara e que lhe serve de acesso.
Conhecidos no folclore nacional como "arcas", "antas" ou "antelas", estes monumentos aparecem, hoje, quase sempre, com as pedras que os compõem à vista. Originalmente, encontravam-se encerrados dentro de colinas de terra conhecidas por "mamoas". Na realidade, cada anta debaixo da respectiva mamoa constituía uma gruta artificial onde se inumavam os corpos.
Quanto à decoração, surpreende a unidade de motivos, tanto na inscultura como na pintura.
A pintura parece confirmar o tipo de associação complementar entre um simbolismo feminino (nas linhas serpentiformes) e um simbolismo masculino ligado a actividades sacerdotais ou xâmanicas. As linhas serpentiformes são extremamente comuns e aparecem nos esteios do dolmen de antelas fundindo o esquematismo dos ziguezagues "femininos" com uma representação geometrizante mais dura.
Nas pinturas, a cor dominante é o vermelho-ocre associado ao negro, geralmente utilizado para delimitar a área e obedecendo a padrões simbólicos evidentes.
Pereira, Paulo, do Megalitismo à Idade do Ferro, História da Arte Portuguesa Vol 1, Circulo de Leitores, 1995
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