Jack Kerouac escreveu On the road, em 21 dias, num rolo de papel para telex. Na ressaca da 2ª Guerra Mundial e de duas bombas atómicas, esta obra mostra uma América alucinada sob o efeito do jazz, das letras e das drogas. The Roll, o manuscrito de On the road, ainda existe. Foi escrito sem parágrafos, sem margens e espaçamento simples. Em 2004, começou uma viagem de 4 anos por museus e bibliotecas americanas. De Janeiro a Março de 2006, aproximadamente
O início dos anos 50 foi uma época que marcou o nascimento de uma nova América e de uma nova consciência Americana. Foi a oportunidade para alguns escaparem ao conformismo conservador de um país estável e sem grandes sobressaltos. Jovens artistas e escritores, sonhadores e vagabundos inauguraram viagens à boleia de costa a costa, revelando a cada passo um país, até então, off the road.
O meu amigo Remi Boncoeur escrevera-me uma carta de São Francisco a dizer que devia ir ter com ele para nos engajarmos num paquete que dava a volta ao mundo.” (1)
São Francisco foi o fim da linha e o destino destes jovens inovadores e radicais que encontraram nesta cidade a liberdade intelectual que caracterizava o seu pensamento.
O skyline de SF tinha, e ainda tem, para quem chega de mochila às costas a capacidade de ilustrar uma América diferente, que pertence simultaneamente ao mundo dos homens e da natureza. À medida que nos aproximamos dela, os edifícios revelam a procura da cidade pela sua identidade. Mas, mais que os edifícios do centro financeiro, as pontes ( a Golden Gate e a Bay Bridge ), foram muito além das conhecidas até à data, em tamanho, em engenharia, em força e
A City Lights Bookstore foi fundada, neste bairro, em 1953. Lawrence Ferlinghetti encontrou nesta cidade alguma coisa que a destacava da restante América. Para ele SF era uma ilha de liberdade e diversidade cultural. Com $500 comprou uma participação na City Lights e, com Peter D. Martin, começou aquela que viria a ser a primeira livraria americana a vender livros de bolso (paperback) divulgando os clássicos da literatura moderna fora do mainstream e textos de políticos progressistas. O nome da livraria tem como suporte o filme de Chaplin, no qual o Little Man era o símbolo subjectivo do homem contra o mundo. O magazine City Lights, uma pequena revista de cultura pop, ocupou o 2º andar ao lado dos escritórios da editora.
Um ano depois da abertura da livraria, Martin parte para NY e Shigeyoshi Murao torna-se administrador e proprietário com Ferlinghetti. Em 1955, seguindo uma tradição da Costa Este e especialmente da Europa, a City Lights começa a publicar os seus livros sem qualquer apoio federal. Os seus editores, numa tradição anarquista/surrealista, queriam-no assim.
Howl, o poema que mudou a América, foi publicado há 50 anos nesta editora e tornou-se numa referência para uma geração de artistas que desembarcava
Foi, durante anos, o mais popular ponto de encontro de North Beach. A ideia de Henri Lenoir, em 1949, foi a de criar um ambiente não-burguês, através das pinturas avant garde colocadas nas paredes, e, assim, atrair os talentos mais criativos da cidade.
Kerouac, Jack (1998) Pela Estrada Fora. Relógio d’ Água Editores: Lisboa (1)
L Ferlinghetti in SF Chronicle defendendo Howl, em Maio de 1957 (2)
Kerouac, Jack (1999) Big Sur. Relógio d’ Água Editores: Lisboa
Morgan, Bill (2003) The Beat Generation in
Monteiro, Manuel Hermínio (2004) Urzes. O Independente: Lisboa
Jack Kerouac, the official website (artigo online). URL: http://www.jackkerouac.com/
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