A arte de F. W. Murnau (1888-1931) é um território imenso ao qual é possível regressar sempre, num misto de deslumbramento e surpresa. Daí que importe lembrar o mais simples: «Aurora» (1927), é muito mais do que o regresso de uma curiosidade "antiga", porventura para ser olhada como objecto de um kitsch mais ou menos datado. Nada disso: estamos perante um título chave da história de todo o cinema, um desses filmes de génio que, no período mudo, ajudaram a consolidar o cinema como linguagem específica e, ao mesmo tempo, através da sua viagem pelas mais subtis emoções humanas, impuseram o género melodramático.
História de um casal — Janet Gaynor / George O`Brien — cujo amor vai ser posto à prova pela emergência de um terceiro elemento (a "mulher da cidade" interpretada por Margaret Livingston), Aurora pode ser visto (ou revisto) como um caso modelar através do qual o cinema integrava e, sobretudo, superava a herança de duas artes: o teatro e a pintura. Murnau faz triunfar um sentido de narrativa que correspondia à singularíssima afirmação da linguagem cinematográfica. Quase oitenta anos depois, a beleza permanece.
Crítica de João Lopes, in www.cinema2000.pt
Teatro Viriato I 17_Dezembro I 21:30
História de um casal — Janet Gaynor / George O`Brien — cujo amor vai ser posto à prova pela emergência de um terceiro elemento (a "mulher da cidade" interpretada por Margaret Livingston), Aurora pode ser visto (ou revisto) como um caso modelar através do qual o cinema integrava e, sobretudo, superava a herança de duas artes: o teatro e a pintura. Murnau faz triunfar um sentido de narrativa que correspondia à singularíssima afirmação da linguagem cinematográfica. Quase oitenta anos depois, a beleza permanece.
Crítica de João Lopes, in www.cinema2000.pt
Teatro Viriato I 17_Dezembro I 21:30
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